terça-feira, 8 de abril de 2008

Um momento bonito e representativo desta fase de espera que descrevi até agora foi um dia em que a Fabíola fez a manicure. Como faz quase toda semana há pelo menos três anos, a Elaine veio fazer a unha da Fá aqui em casa. É assim que ela trabalha. Antes de ela chegar a Fabíola me perguntou: "Será que conto pra ela?" Eu achava que tinha que contar, visto que era possível aquela ser a última manicure da Fá antes da cirurgia. Ela, então, resolveu falar com a Elaine quando a unha já estivesse terminada, pois achava que a Elaine ia ficar triste.

Acontece que, enquanto a Fá fazia a unha, recebemos um telefonema dos recém-casados Aline e Estevão, dos quais eu tinha sido madrinha de casamento duas semanas antes, dizendo que iam passar em casa pra fazer uma visita pra Fá. Vai que eles chegassem no meio da manicure e falassem alguma coisa... A Fá resolveu, então, com muito jeitinho, contar de sua situação para a Elaine. A Elaine foi reagindo bem e dando força pra Fá, até que não agüentou, baixou a cabeça e começou a chorar: "Desculpa Fá, é que eu tô muito triste!" No mesmo instante a Fá se levantou da cadeira e abraçou a Elaine, dizendo: "Não fica assim, vai dar tudo certo, você vai ver."

Eu e minha mãe derramamos umas lágrimas às escondidas. Naquele gesto estava uma amostra de tudo o que vivíamos naquele momento: o carinho dos amigos, o sentimento de unidade conosco, a extraordinária aceitação e confiança da Fabíola. Se fosse cena de filme ia ficar piegas. Mas quando faz parte da vida é outra história.

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